Coluna do Flávio

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Desastre no Nordeste


Região enfrenta calamidade histórica devido à chuva


As intensas precipitações que atingem o Nordeste já prejudicaram 390.813 pessoas, conforme o último levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Riscos e Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Foram contabilizados 37.385 desalojados (abrigados em casa de conhecidos) e 77.580 desabrigados (sem local para ficar). Ao todo, são 227 municípios afetados nos seis estados nordestinos: 24 cidades do Ceará, 29 do Maranhão, 73 da Paraíba, 31 de Pernambuco, 35 do Piauí e 35 do Rio Grande do Norte. Os números estão sendo atualizados constantemente, uma vez que a chuva continua na região e os níveis dos rios aumentam.Oficialmente, são 34 mortos até esta terça-feira. Extra-oficialmente, a enchente já matou 37. Teme-se que a situação estimule a proliferação de doenças, disseram autoridades. Cerca de 35 municípios do Piauí já foram atingidos pelas enchentes. Ao todo, 11.950 famílias em todo o estado estão desalojadas. A situação é descrita pelo secretário de Defesa Civil do Piauí, Fernando Monteiro, como "período de muita gravidade". Mais de vinte mil alunos estão sem aulas devido às inundações descritas como as piores em 25 anos.


Pelo menos 10 mil moradores estão desalojados no sul e sudoeste do Pará em conseqüência da chuva que causou o transbordamento dos rios amazônicos Tocantins, Tapajós e Xingu e afluentes. Nas cidades mais atingidas, Marabá e Altamira, cerca de 5 mil habitantes foram levados para abrigos municipais. Outros foram para casas de parentes. Em Marabá, o Rio Tocantins atingiu hoje a cota de 11,5 metros, considerada crítica. O município entrou em estado de atenção. De acordo com a Defesa Civil, se o rio subir mais dez centímetros será declarada situação de emergência. Ruas inteiras da região conhecida como Marabá Pioneira, às margens do Tocantins, estão sob as águas. Equipes do Exército usam barcos para resgatar moradores das áreas mais atingidas. A Defesa Civil cedeu lonas plásticas para a construção de barracos. Os acampamentos improvisados espalham-se pela região.

Já são 172.778 pessoas afetadas pelas enchentes no estado do Ceará. O dia de hoje foi de chuva forte também em Fortaleza, que registrou 157 milímetros no período entre 19 horas de ontem ao meio-dia de hoje. Por causa do tempo ruim, o Aeroporto Internacional Pinto Martins ficou fechado por 25 minutos. O vôo 1697 da Gol, procedente de Manaus e Belém, só conseguiu pousar uma hora depois. A chuva acumulada entre o dia primeiro de janeiro até hoje é de 570 milímetros. Já no interior cearense, segundo a Defesa Civil do Estado, a chuva já desabrigou 2.588 pessoas, que perderam suas casas e estão em abrigos provisórios. Outras 5.890 estão em casas de parentes e amigos. Também chega a 26 o número de municípios atingidos pelas enchentes. Dois estão com situação de emergência decretada - Brejo Santo e Caririaçu - e outros quatro - Aurora, Crateús, Icó e Lavras da Mangabeira - em estado de calamidade. Ainda não entraram na lista as cidades de Novo Oriente, Tianguá e Santana do Acaraú, cujos prefeitos já decretaram emergência, mas os pedidos ainda não chegaram ao governo estadual.



Na Paraíba, o saldo das enchentres é de 25 mortos, 11.860 pessoas desalojadas e 3.372 desabrigados. Ao todo, 18.496 paraibanos foram afetados pelas chuvas do dia 20 de março até ontem. Das 25 mortes, seis aconteceram em Itabaiana, quando um grupo de jovens foi arrastado pela força das águas do Rio Paraíba, no último dia 29 de março. Boqueirão registrou quatro mortos. Olho D’água, Santa Rita e São José de Piranhas contabilizaram dois mortos em cada uma dessas cidades.Brejo do Cruz, Cabaceiras, Desterro, Juru, Nova Olinda, Patos, Pombal, São Mamede e Soledade tiveram um habitante morto em decorrência das precipitações sobre essas nove cidades. O relatório traz outro dado alarmante. A chuva deixou 11.860 pessoas desalojadas em 30 cidades paraibanas, ou seja, a população que foi obrigada a sair da própria casa para residência de parentes ou amigos por conta das chuvas ou enchentes de rios. A quantidade de casas danificadas pela chuva ou enchentes soma 939. O governo do Estado montou uma força-tarefa formada por vários órgãos públicos.


Relatório da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado do Maranhão atesta que são 33 mil desabrigados no estado por conta da chuva. Ao todo, 55.013 pessoas foram atingidas pelas enchentes. Quatro pessoas morreram e uma está desaparecida. Os óbitos foram registrados nos municípios de Lagoa Grande (três vítimas) e Governador Archer (um). Há um desaparecido em Alto Alegre do Pindaré. Dos 217 municípios maranhenses, em 86 há registros de pessoas desabrigadas (sem lugar para ficar) ou desalojadas (abrigadas em casa de conhecidos). Os municípios mais atingidos pelas chuvas foram Trizidela do Vale e Pedreiras. Somente em Trizidela do Vale, 3.836 pessoas estão desabrigadas. Foram disponibilizados oito alojamentos em órgãos públicos estaduais, municipais e federais. A comida e a água potável aos desabrigados estão escassas. Doenças como conjuntivite começam a atingir pessoas nos abrigos públicos. O Exército deslocou 40 homens para a região do rio Mearim, na cidade de Pedreiras e Trizidela do Vale, para prestar socorro às vítimas. Em decorrência da chuva, o governo do estado criou um Comitê Permanente de Emergência (Cope), estruturado às pressas nas dependências do Palácio Henrique de La Rocque (sede administrativa do governo do Maranhão), em São Luís, para contabilizar as informações sobre as cheias e planejar as ações emergenciais do Executivo estadual.

Fonte: http://www.metsul.com/blog-24hs/?cod_publicacao=194

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