Coluna do Flávio

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Em evento, Serra se emociona e sobe o tom de ataques contra Dilma




Com o discurso da “virada” na disputa pela Presidência, o candidato José Serra (PSDB) reuniu cerca de 350 prefeitos aliados da sua candidatura em uma casa de shows em São Paulo na noite desta quarta-feira (1º). No encontro, que teve como objetivo engajar os apoiadores na reta final da campanha, o tucano se emocionou ao falar que ainda acredita na vitória e gastou a maior parte do seu discurso de 45 minutos em ataques ao PT e à candidata Dilma Rousseff, sua principal rival na corrida pelo Planalto.

Motivado pelo episódio da quebra do sigilo fiscal de sua filha, Verônica, o tucano lançou duras críticas ao governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva e à Dilma, a quem tem acusado de usar máquina governamental a favor de sua campanha.

- O brasileiro precisa ser livre para não temer que o Estado, financiado pelo dinheiro de todos nós, seja e continue ocupado por uma máquina partidária que ameaça e que persegue as pessoas, que viola os direitos fundamentais do povo brasileiro.

Mais agressivo nos ataques do que de costume, Serra demonstrou indignação ao falar da violação dos dados da filha na Receita Federal e comparou o caso à violação do sigilo de sua filha à do caseiro Francenildo dos Santos. Na ocasião, a quebra do sigilo bancário do caseiro foi atribuída ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que deixou o cargo após o episódio.

- E o mais impressionante é que ninguém do governo, do PT, ou da campanha da candidata do PT, deu-se ao trabalho de pelo menos fingir que acham que o que foi feito é grave, de simular uma indignação.[...] Como acham que podem tudo, acham que podem fingir que nada aconteceu e sair assobiando.

No encontro, que teve o público estimado em 2.000 pessoas pela organização, também estavam presentes prefeitos de partidos que não compõem a coligação tucana no Estado, como PR, PDT, PP e PSB. Pelas contas da campanha tucana, foram pelo menos 20 os dissidentes que foram prestigiar Serra.

Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, que apontam uma possível vitória no primeiro tuno da petista, o tucano tem se focado em recuperar a vantagem no Estado. Se perder em São Paulo, seu berço político e onde PSDB costuma ter o maior número de eleitores, Serra pode sair da disputa eleitoral menor do que entrou e comprometer o seu futuro político.


ENTENDA O QUE ACONTECEU COM OS DADOS DA FILHA DE JOSÉ SERRA NA RECEITA FEDERAL

O acesso aos dados fiscais de Verônica Serra, filha do candidato à Presidência José Serra (PSDB), dominou a campanha presidencial nesta quarta-feira (1º). O assunto provocou acusações entre o tucano e a presidenciável do PT, Dilma Rousseff. A Receita Federal admitiu que houve acesso irregular a informações sigilosas e, se algumas denúncias forem confirmadas, o caso pode ser investigado pela Polícia Federal.

Na manhã de ontem, a Receita informou que Verônica autorizou uma terceira pessoa a acessar seus dados fiscais. Mais tarde, Verônica disse a integrantes do PSDB que a assinatura apresentada em uma procuração usada para ter acesso aos dados não era dela. A partir da informação de que a assinatura poderia ser falsa, a Receita reconheceu que houve falsificação de documentos oficiais.

Os dados de Verônica teriam sido acessados através de uma procuração. No entanto, o tabelião que aparecia no documento apresentado à Receita informou que a assinatura da filha de Serra não foi reconhecida no local.

No fim da tarde, o PSDB entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que o caso seja apurado. Os tucanos pedem que a Justiça Eleitoral investigue se a Receita está sendo usada pela campanha do PT no caso. Os tucanos alegam que integrantes da campanha petista não apenas encomendaram dados fiscais sigilosos com o objetivo de atacar Serra, mas também atuam junto à Receita Federal para atrapalhar as investigações.

Ontem, Serra afirmou que o PT cometeu “duplo crime” no caso do acesso aos dados fiscais de sua filha. Além da quebra de sigilo, ele comentou a falsificação de um documento para que os dados pudessem ser obtidos no órgão federal.

- São dois crimes aí: um crime contra a Constituição, que é a quebra de sigilo, e o segundo crime, de falsidade, porque montaram um documento forjado, como já está documentado, como se ela tivesse assinado coisa que não assinou.

Dilma rebateu as acusações ao comentar a ação no TSE contra sua campanha. Para a petista, são os tucanos que devem provar o envolvimento dela e de sua campanha no caso. A candidata afirmou que a oposição faz acusações “caluniosas” e que a maior interessada em esclarecer o caso é ela.

- A maior interessada nessa apuração sou eu. Quero mais uma vez, de forma enfática, repudiar essa prática sistemática de levantar acusações e não mostrar uma única prova.

A discussão em torno da quebra de sigilo de tucanos começou quanto o vice-presidente da sigla, Eduardo Jorge Caldas Pereira, afirmou que seus dados fiscais haviam sido vazados. Além dele, outras pessoas lidadas ao PSDB também teriam sido atingidas. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Receita Federal.


Fonte: R7

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