Coluna do Flávio

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

FAMÍLIA ENTERRA EMPRESÁRIO VÍTIMA DE ACIDENTE NA BR-381

Empresário de Timóteo teve um irmão morto na rodovia em acidente há 15 anos

Aniceto, conhecido como Sete, pai de Ramon Marinho (detalhe),
recebeu várias condolências de amigos


TIMÓTEO - A manhã desta segunda-feira (2) foi marcada pelo grande número de pessoas que foram se despedir do empresário Ramon Marinho da Silva, que completaria 45 anos na quarta-feira (4). Ele morreu em um acidente na BR-381, trecho entre o trevo de Caeté e Ravena, no fim da tarde de sábado. O sepultamento ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, no bairro Santa Maria.

Uma multidão acompanhou o velório que ocorreu durante todo o domingo e também o enterro, por volta das 8 horas de ontem. Ramon era muito conhecido no meio empresarial do Vale do Aço, rapaz que herdou o tino comercial do pai, Aniceto Vieira da Silva, o “Sete”, que por muitos anos gerenciou a Adiesel (hoje Vadiesel, concessionária de caminhões) e ainda fundou o posto de combustíveis Alameda, no Centro-Norte.

Ramon morava no bairro Alto do Timirim e era casado com Andiara Abrantes Marinho. O empresário deixou três filhas, de 13, 11 e 10 anos de idade.

Os familiares de Ramon receberam condolências de lideranças políticas e empresariais. Entre elas estavam o prefeito de Timóteo, Geraldo Hilário, e o ex-prefeito da cidade e candidato a deputado estadual Geraldo Nascimento. O pai da vítima foi um dos mais procurados para os abraços de conforto dos amigos. É o segundo filho que Sete enterra vitimado em acidente automobilístico na BR-381.

O corpo de Ramon foi sepultado no jazigo da família, onde também estão enterrados os restos mortais do irmão dele, Roger Marinho da Silva, que tinha 24 anos na época de sua morte. Ele faria aniversário na véspera do acidente que o matou na BR-381 em novembro de 1994, como contaram os familiares dos irmãos durante o enterro do empresário na manhã de segunda-feira.


Revolta

O engenheiro aposentado Antônio Barbosa Marinho, tio de Ramon, conversou com o DIÁRIO DO AÇO. Revoltado com a situação, ele se diz preocupado com a repetição dos acidentes. “Não só por nossa família, mas por todo o Vale do Aço. É uma das regiões mais ricas de Minas Gerais e, por políticas mesquinhas, nossos dirigentes não tomam conhecimento do Vale do Aço”, desabafou.

Ele apontou que é preciso uma união de toda a sociedade e políticos para se fazer uma nova rodovia, mais segura. “Para todos nós, não só para a nossa família, mas para a indústria, comércio. Infelizmente, no momento não estamos com esta perspectiva”, avaliou o aposentado Antônio, indicado para falar em nome dos familiares de Ramon com a imprensa.

Antônio lembrou que o Vale do Aço contribuiu com uma parcela grande de impostos para o crescimento do país, mas ele reforçou que o dinheiro usado estaria sendo para enterrar sobrinhos, como é o caso dele. “Quantos outros estão também enterrando seus filhos, sobrinhos e netos?”, perguntava o engenheiro aposentado.

O tio se emocionou ao falar do sobrinho, que participava muito da vida das filhas. “Espero de todo o meu coração que isso seja o sentimento de todos nós. Eu também sou pai e avô e não gostaria de enterrar filho ou neto neste cemitério. A BR-381 deveria chamar-se Rodovia do Aço, e não da Morte”, finalizou Antônio Barbosa.


Acidente

O trecho da BR-381, entre os trevos de Caeté e Ravena, no Km 425, foi liberado na madrugada desta segunda-feira, depois de ficar fechado desde a noite de sábado, quando aconteceu um grave acidente que matou o empresário Ramon Marinho da Silva, 45 anos, de Timóteo.

A interdição ocorreu justamente no dia em que o trânsito era intenso na rodovia, em função do fim de férias de julho. Quem não podia esperar, teve que procurar desvios pelos municípios de Sabará e Caeté. Ainda assim, os congestionamentos foram consideráveis.

Veículos com cargas pesadas estão proibidos de trafegarem por estes dois municípios e a saída foi procurar caminho alternativo, via Santa Luzia e Taquaraçu de Minas, mas a complicação era tão grande que muitos motoristas preferiram ficar parados por mais de 24 horas na BR-381.


O tombamento do líquido perigoso deixou o trecho interditado por várias horas. Foto: Portal UAI


Fonte: http://www.diariodoaco.com.br

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