TIMÓTEO - A manhã desta segunda-feira (2) foi marcada pelo grande número de pessoas que foram se despedir do empresário Ramon Marinho da Silva, que completaria 45 anos na quarta-feira (4). Ele morreu em um acidente na BR-381, trecho entre o trevo de Caeté e Ravena, no fim da tarde de sábado. O sepultamento ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, no bairro Santa Maria.
Uma multidão acompanhou o velório que ocorreu durante todo o domingo e também o enterro, por volta das 8 horas de ontem. Ramon era muito conhecido no meio empresarial do Vale do Aço, rapaz que herdou o tino comercial do pai, Aniceto Vieira da Silva, o “Sete”, que por muitos anos gerenciou a Adiesel (hoje Vadiesel, concessionária de caminhões) e ainda fundou o posto de combustíveis Alameda, no Centro-Norte.
Ramon morava no bairro Alto do Timirim e era casado com Andiara Abrantes Marinho. O empresário deixou três filhas, de 13, 11 e 10 anos de idade.
Os familiares de Ramon receberam condolências de lideranças políticas e empresariais. Entre elas estavam o prefeito de Timóteo, Geraldo Hilário, e o ex-prefeito da cidade e candidato a deputado estadual Geraldo Nascimento. O pai da vítima foi um dos mais procurados para os abraços de conforto dos amigos. É o segundo filho que Sete enterra vitimado em acidente automobilístico na BR-381.
Revolta
O engenheiro aposentado Antônio Barbosa Marinho, tio de Ramon, conversou com o DIÁRIO DO AÇO. Revoltado com a situação, ele se diz preocupado com a repetição dos acidentes. “Não só por nossa família, mas por todo o Vale do Aço. É uma das regiões mais ricas de Minas Gerais e, por políticas mesquinhas, nossos dirigentes não tomam conhecimento do Vale do Aço”, desabafou.
Ele apontou que é preciso uma união de toda a sociedade e políticos para se fazer uma nova rodovia, mais segura. “Para todos nós, não só para a nossa família, mas para a indústria, comércio. Infelizmente, no momento não estamos com esta perspectiva”, avaliou o aposentado Antônio, indicado para falar em nome dos familiares de Ramon com a imprensa.
Antônio lembrou que o Vale do Aço contribuiu com uma parcela grande de impostos para o crescimento do país, mas ele reforçou que o dinheiro usado estaria sendo para enterrar sobrinhos, como é o caso dele. “Quantos outros estão também enterrando seus filhos, sobrinhos e netos?”, perguntava o engenheiro aposentado.
O tio se emocionou ao falar do sobrinho, que participava muito da vida das filhas. “Espero de todo o meu coração que isso seja o sentimento de todos nós. Eu também sou pai e avô e não gostaria de enterrar filho ou neto neste cemitério. A BR-381 deveria chamar-se Rodovia do Aço, e não da Morte”, finalizou Antônio Barbosa.
Acidente
O trecho da BR-381, entre os trevos de Caeté e Ravena, no Km 425, foi liberado na madrugada desta segunda-feira, depois de ficar fechado desde a noite de sábado, quando aconteceu um grave acidente que matou o empresário Ramon Marinho da Silva, 45 anos, de Timóteo.
A interdição ocorreu justamente no dia em que o trânsito era intenso na rodovia, em função do fim de férias de julho. Quem não podia esperar, teve que procurar desvios pelos municípios de Sabará e Caeté. Ainda assim, os congestionamentos foram consideráveis.
Veículos com cargas pesadas estão proibidos de trafegarem por estes dois municípios e a saída foi procurar caminho alternativo, via Santa Luzia e Taquaraçu de Minas, mas a complicação era tão grande que muitos motoristas preferiram ficar parados por mais de 24 horas na BR-381.O tombamento do líquido perigoso deixou o trecho interditado por várias horas. Foto: Portal UAI
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